Não corte o mal pela raiz
“Para que não suceda que, arrancando o joio, arranqueis juntamente com ele o trigo. Deixai crescer uma e outra coisa até a ceifa” (Mt 13, 29–30).
É com imenso pesar que vejo a minha geração e a seguinte caindo em total perdição pelo pecado do julgamento ao próximo. Achando estar praticando o bem naquilo que está lhes autocondenando.
O maior presente que Deus nos deu, além da vida, é a liberdade, que aliado aos dons que recebemos, felizmente podemos traçar o caminho da Verdade à nossa própria autenticidade. Porém, por não sermos perfeitos, tropeçamos diversas vezes e até em muitas ocasiões pegamos uma rota contrária, por amor próprio, ignorância, mau-caratismo ou às vezes o simples “pensar diferente”.
É fato que é dever nosso fazer com que as pessoas conheçam o caminho da Verdade e elas mesmo buscarem a sabedoria para decidirem seguir, mas jamais podemos condená-las.
Hoje em dia vejo jovens, adolescentes e até crianças que já crescem condenando outras de diversas denominações horrendas de sufixo “-istas” e “-óbicas”, como se fosse algo do cotidiano e não se importam em realmente entender que estão tratando de um ser humano com joios, mas também trigos.
Condenar — ou como se tornou popular, “cancelar” — os outros por simplesmente não pensar da mesma maneira que você, fere o grande presente que Deus nos deu: a liberdade de pensar e se expressar. Lembremos, Jesus não veio para condenar, mas para salvar.
O mundo está cada vez mais fadado a querer se auto-boicotar e arrancar o joio antes que ele nasça, “cortar o mal pela raiz”, como dizem. Mas por que não ajudar o joio a se tornar trigo?
Que Deus nos dê a sua graça e os dons da Sabedoria e do Entendimento para que possamos estar cada vez mais em sintonia com a Sua Verdade.
